quinta-feira, janeiro 06, 2011

MOVIMENTO ZEITGEIST (2/3)

"A DISTORÇÃO E A PARALISIA"
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"Quando compreendemos que todos os sistemas são emergentes e estão num constante estado de evolução, juntamente com o fato de que estamos todos simbioticamente conectados à natureza e uns aos outros das mais simples, porém profundas formas, forçando a percepção de que nossa integridade pessoal é apenas tão grande quanto a do resto da sociedade, nós então perceberemos o quão distorcida e às avessas estão as nossas instituições sociais e como a perpetuação delas é em grande medida a causa da instabilidade social na sociedade. Por exemplo, o sistema monetário é há muito tempo considerado uma força positiva na nossa sociedade porque ele alega produzir incentivos e progresso. Na realidade, o sistema monetário tornou-se um veículo para a divisão e o controle totalitário.

Ele é o estágio final do “dividir e conquistar”, pois em seu cerne estão as suposições de que: (1) devemos lutar uns com os outros para sobrevivermos; (2) seres humanos precisam de um “estímulo” recompensador para fazer algo significativo.

Quanto ao número 1 (devemos lutar uns com os outros para sobrevivermos), essa característica da “competição” no sistema assegura a corrupção em todos os níveis da sociedade, pois parte do “nós contra eles”. Muitos argumentam que o sistema de “livre comércio” é bom... Mas ele é corrupto nos dias de hoje graças a políticas ruins, favoritismo, auxílios financeiros etc. Eles presumem que se fosse permitido o florescimento de um mercado livre “puro”, as coisas iriam então dar certo. Isso é falso, pois o que você está vendo hoje É o livre mercado em funcionamento, com todas as suas desigualdades e corrupção. Não há lei que vá impedir vendas privilegiadas, conluios, monopólios, abusos de mão-de-obra, poluição, obsolescência planejada ou coisas do tipo... Isso é o que o sistema baseado em competição cria com eficiência, pois é baseado na premissa de tirar proveito dos outros para obter lucro. Ponto final.

Precisamos começar a abandonar esses ideais opressivos e caminhar em direção de um sistema “projetado” para cuidar das pessoas... e não para forçá-las a lutar pela sua sobrevivência. Quanto ao número 2 (seres humanos precisam de um “estímulo” recompensador para fazer algo significativo), essa é uma perspectiva triste e incrivelmente negativa do ser humano em geral. Supor que uma pessoa precise ser “motivada estruturalmente” ou “forçada” a fazer algo é simplesmente absurdo. Lembre-se de quando você era criança e não tinha a menor ideia do que fosse dinheiro. Você brincava, era curioso e fazia muitas coisas... Por quê? Porque você queria. No entanto, conforme o tempo passa em nosso sistema, a curiosidade e auto-motivação naturais são arrancadas das pessoas, à medida que elas são forçadas a se ajustar a um sistema de trabalho especializado, compartimentado, quase predefinido para poderem sobreviver. Isso, por sua vez, costuma criar uma revolta interior natural nas pessoas devido à obrigação, e foi assim que surgiu a separação entre “lazer” e “trabalho”. A preguiça dada como existente pelos proponentes do sistema monetário (os quais alegavam que ela produzia incentivo) não reconhece isso. Numa sociedade verdadeira, as pessoas seguem suas inclinações naturais e trabalham para contribuir para a sociedade não porque são “pagas” para isso, mas porque têm uma consciência mais abrangente a qual reconhece que colaborar com a sociedade ajuda tanto a si próprias quanto a todas as outras pessoas. Esse é o estado elevado de consciência que esperamos transmitir. A recompensa por sua contribuição para a sociedade é o bem-estar dela... o que, por sua vez, melhora o seu bem-estar.

Agora, colocando as coisas em perspectiva, é importante entendermos que nosso mundo é atual e inegavelmente governado por um grupo pequeno de homens dominadores em altos cargos nas mais controladoras instituições da sociedade – negócios e finanças. O Establishment do governo está em tandem com a influência e poder das corporações e dos bancos. O elemento vital é o dinheiro, que na prática é uma ilusão, tendo hoje pouca relevância para a sociedade, e servindo como um instrumento de manipulação e discórdia num tipo de organização social que assegura elitismo, crime, guerras e estratificação social.

Ao mesmo tempo, os indivíduos são ensinados que estar “certo” é o que lhes atribui valor enquanto seres humanos. Essa afirmação de estar “certo” está diretamente ligada aos valores vigentes na própria sociedade. Logo, aqueles que aceitam ou apoiam as visões do sistema social são considerados “normais”, enquanto aqueles que discordam são tidos como “anormais” ou até mesmo “subversivos”. Seja isso o dogma de uma tradição social única ou o alinhamento com uma religião mundialmente instituída, a base é a mesma: materialismo intelectual.

À medida que percebemos que o conhecimento e, consequentemente, as nossas instituições estão em constante evolução, vemos que qualquer sistema de crença que alegue “saber” tudo, sem dar margem para discussão, é uma perspectiva fracassada. A religião, com seu alicerces na fé, é a campeã dessa distorção, já que ela alega saber algo em definitivo sobre as origens mais complexas e elusivas da humanidade, sendo que isso simplesmente não é possível num universo emergente.

Sendo isso dito, nós então percebemos que, igualmente tão perigosas quanto as estruturas de poder estabelecidas, são as pessoas que foram condicionadas a aceitar inteiramente as interpretações estáticas produzidas por esses sistemas... tornando-se portanto “guardiãs voluntárias do status quo”. Isso se aplica a todos os sistemas, principalmente ao político, ao financeiro e ao religioso. Uma vez que a identidade das pessoas se associa às doutrinas da ética de um país, religião ou empresa, geralmente torna-se muito difícil para uma pessoa mudar, já que sua identidade misturou-se às ideologias que lhe foram impostas.

Assim, ela perpetua a doutrina da instituição, simplesmente para manter sua integridade pessoal, tal como ela a entende. Precisamos quebrar esse ciclo, pois ele paralisa o nosso crescimento não só como indivíduos, mas como sociedade."

(extraído de: http://movimentozeitgeist.com.br)

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